sábado, julho 12, 2008

T U N I S I A



Ora cá está: Foto tirada numa bomba de gasolina, quando do abastecimento do nosso veículo.

Podem ver o transporte de um camelo. E mais ao fundo está uma carrinha com a bagageira aberta. Junto ao homem estão vasilhas de plástico. Estão junto a uma torneira onde ele foi abastecer água potável para levar para casa.

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Estou de volta

A viagem correu bem, embora bastante cansativa.

O calor apertava (50º no deserto) e nem o ar condicionado no transporte impedia que fossem usados outros meios de “refrescamento”. Tive a preciosa ajuda do meu leque que muito abanicou.

Não sou uma turista vulgar, daquelas que apenas vai para passar uns dias de férias numa qualquer praia , ficando sempre por ali à torreira do sol.

Gosto de meter o nariz em tudo, de ter uma concepção mais vasta dos locais por onde passo.

Por isso já sabia ao que ia: Um circuito pelas principais zonas ao longo do país.

A Tunísia é um país muito diversificado, de grandes diferenças, quer paisagistas quer culturais.

No Norte, de clima mais ameno no Verão e fresco no Inverno, há as grandes culturas. Por momentos temos a ilusão de não estarmos em África. Abundam as vinhas, campos de tomate , melancias e meloas, amendoeiras e sobretudo extensos km de olivais.

À medida que vamos para sul o terreno vai sendo cada vez mais árido, até que chegamos ao deserto. Então, a sobrevivência daquelas gentes passa pelas tamareiras e pela fruta de um cacto que eles utilizam não só para fazer a divisão dos terrenos mas também para colher a fruta e fins medicinais . É também a zona dos grandes rebanhos.

As cidades são extremamente diferentes entre si e distam umas das outras, em alguns casos, centenas de km.

TUNES: a capital, surpreendeu-me.

Eu bem sei que África é mesmo assim, mas não deixa de ser um choque para quem está habituado à vida num país ocidentalizado.

Apesar de ter muitos restos da época em que foi governada pelos Franceses, são evidentes as dificuldades com que as pessoas se debatem. Isso reflecte-se nas casas de habitação. Elas vão sendo feitas à medida que há dinheiro e acabam por nunca estarem acabadas. Podemos ver ainda os ferros dos alicerces a nível do último andar e raramente estão pintadas. É uma cidade triste, com uma profunda confusão de trânsito. É um caos. Muitas pessoas fazem das carroças puxadas a animais o seu meio de transporte. Nelas transportam de tudo um pouco, desde pessoas a ferro para obras, passando por fardos de palha para os animais ou transporte de bens comestíveis. Isto contrasta com as imensas camionetas cheias de turistas, os táxis amarelos a furarem por tudo quanto é sítio.

A única maneira de ali vencer o trânsito é: pé no pedal, mão na buzina e sempre em frente que atrás vem gente!

Aqui começou a minha aventura neste país.

E lá fui à descoberta de outras cidades, estradas, montanhas e deserto.

Passei por Hammamet, Sousse, Monastir, Kairouan, El Jem, Sfax, Gabes, Matmata, Kebili, atravessei o lago salgado Chott El Jerid, cheguei a Tozeur. Passei por Gafsa e Kasserine, acabando por aterrar em Monastir para finalmente descansar na praia.

Adorei a diversidade do que vi.

Vi de tudo um pouco. Desde o vermelho e quente pôr do sol no deserto, ao nascer do sol às 6 da manhã na praia. (nunca imaginei esta cena comigo, mas o calor era tanto que havia que apanhar o fresquinho da manhã).

Gostei do imprevisto (para mim….)de o jipe ter de parar para suas excelências os camelos atravessarem a estrada. Afinal eles estavam no seu habitat . Os intrusos éramos nós.

No final destes dias perguntei ao guia quantos quilómetros andamos.

Respondeu: 2.200 Km!

Foi mesmo uma estafa !

Valeu a pena!

E aprendi muito com aquelas pessoas.

Têm bom conceito dos Portugueses.

Assim que dizemos donde viemos, há um sorriso nos lábios deles e 2 nomes saltam à conversa: Figo e Ronaldo!

À medida que vamos para sul, tudo é mais de extremos.

Os hábitos religiosos são mais profundos. As mulheres andam mais tapadas (isto também para superarem as temperaturas altíssimas a que estão sujeitas nesta época do ano).

As suas convicções religiosas não permitem que elas se mostrem aos outros homens.

(apesar de os Muçulmanos poderem ter até 3 mulheres, o guia disse que isso geralmente é um mito. Raramente acontece pois os homens não têm possibilidades monetárias para o sustento de tanta família).

(Outra coisa que nos disse é que, apesar da religiosidade deles, o Estado permite e apoia a prostituição. Tudo está de tal modo organizado que, nas cidades, há uma casa dessas em cada quarteirão. Elas usufruem de um bom sistema de saúde. Não são um perigo para a saúde dos homens.)

Mas…

Temos de saber até onde ir e o que fazer sem colidir com a sua mentalidade tão fechada. Não lhes podemos tirar fotografias a torto e a direito.

Elas desviam ou tapam mesmo a cara para não ficarem visíveis na foto. Contudo, principalmente nas zonas mais pobres e se lhes pedirmos, elas autorizam, a troco de 1 dinar.

Aliás é vulgar, ( nas lojas de rua ou nas medinas), informarem que fotos só a troco de dinheiro. Isto demonstra as dificuldades das pessoas.

Nada se pode comprar sem ser regateado.

Nada tem preço visível. Tudo depende da cara do cliente e da maneira como este se apresenta vestido.

Eu pensava que apenas em Marrocos fossem usuais as trocas de mercadoria. Aqui também. Se alguém tiver algo a que eles não tenham acesso, coisas ocidentais, eles trocam por artigos que tenham à venda. Aconteceu que uma pessoa do grupo disse não ter já dinheiro e quando essa pessoa ao abrir a mala deixou ver daquelas embalagens de gel de banho e shampô que o hotel dá, o vendedor trocou 4 dessas embalagens por um prato de latão gravado, uma máscara da Tunísia e uma pulseira. Mas é vulgar a pessoa comprar um colar e eles darem os brincos ou a pulseira a condizer.

Fazem-se boas compras. As coisas são baratas.

Malas de pele de camelo, casacos de pele de cordeiro, tapetes de lã ou mesmo de pele de borrego, especiarias, chás e artesanato são os preferidos.

Mas há que estar preparado. Aqui no aeroporto vai muita gente à alfândega. A mim perguntaram-me se eu trazia tapetes. Disse que não!....... Esqueceram-se de perguntar pelas malas e casacos. O que dizia eu?

Quanto à comida: Não tenho razão de queixa. Saí daqui com tudo pago .Os hotéis eram bastante bons e havia higiene. Todos tinham piscina e nas zonas de praias tinham-nas privativas e segurança privada no areal.

Nunca sentimos a mais pequena insegurança, fosse onde fosse.

Nunca vi baratas nos quartos (como muitos dizem).

Como a água da rede pública não tem qualidade, bebi sempre água engarrafada.(Este é mesmo o cuidado nº 1 para evitar distúrbios intestinais). Por isso fugi de saladas e algo que não fosse cozinhado. Nos percursos de carro nunca comi nada naquelas bancas de rua.

Mas uma coisa vos digo: BORREGO……..durante muito tempo não o vou comer!

Entra em todas as refeições!....

A princípio, e por ser novidade vamos comendo. Depois, ao fim de 2 refeições apercebemo-nos que o peixe quase não aparece e o que há não é dos que faça parte dos nossos hábitos( anchovas e arenque…)….. e as carnes continuam….

Depois, no sul, faz mesmo parte integrante da dieta daquela gente….

É tarde demais!.......pouco mais há para variar e o enjoo à comida está instalado!

Por isso……..estão avisados: resistam-lhe enquanto é tempo, pois há-de chegar uma altura em que são mesmo obrigadas a comê-lo.

Lol lol

Muito disse.

Muito mais havia que contar.

Vou fazer uma selecção das muitas fotos que tirei e dentro em breve colocarei aqui algumas.

Até lá, desejo um óptimo fim de semana a quem por aqui passar.

5 comentários:

Gio disse...

Que bom passeio que deves ter feito amiguinha... ainda bem, sabe sempre bem mudarmos de ares não é verdade? Fico ansiosa por ver as fotos...

Anónimo disse...

Bem vinda de volta!
Pelo que li (sim li tudo) valeu bem a pena a viagem. Fiquei com uma ideia de como são as coisas por lá, e tirando a parte do borrego, fiquei com vontade de lá ir.

Bjs

Mónica

Anónimo disse...

Oi. Bem vinda depois dessas fantasticas e merecidas ferias.

Adorei tudo tudo o que li, e fiquei com muitas vontade de lá ir, mas só se puder levar nem que seja uns enlatados pois eu detesto borrego...ou então é uma boa oportunidade de fazer dieta ( não comer!!!!!).

Brincadeiras à parte, ja tinhamos saudades das historias fantasticas da nossa amiga.

Agora ficamos à espera das fotos, para nos roermos de inveja.

Beijinhos grandes,

Alda

Framboesa (uma diva de galochas) disse...

Olá...e q grande viagem fizes-te...qse q era o nosso destino, cm te confidenciei :-)
E tal cm tu...(apesar de adorar estar esparramada)...tb adoramos palmilhar tudinho!
Gostei de ouvir-te falar das tuas experiencias...achei piada a esssa sit de troca de mercadorias:acaba por ser comum a tds os paises pobres, pq tb nos aconteceu o mm em cuba, no mexico...realmente para eles td é um tesouro...Qt a regatear o meu Mike desenrasca-se...eu detesto!Qd formos á tunisia vai ser a tarefa dele...ehehehe...E sabes q qd andámos a investigar o destino e a escolher os hoteis, nos avisaram para irmos para cadeias internacionais p causa precisamente da comida, para n deitarmos borrego pelos olhos...agora percebi o q queriam dizer!ehehehe

e agora,para ilustrar tão bonito relato...venham as fotinhas, não? :-)

bjokas e sê bem vinda!

Ana in UK disse...

Então acertei!!! Foste para onde eu vou, que bom!! Assim podes contar montes de coisas que eu vou ler com muita atenção :p

Jinhux