domingo, julho 22, 2007

POESIA


Ora hoje estamos numa de poesia....

(De vez em quando também sabe bem ler algo mais sério, escrito por alguém que sabe mesmo o que está a escrever).

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Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill (1924-1986)

Alexandre O’Neill e o Movimento Surrealista:

«1945-1950 foram conhecidos como os anos da «aventura surrealista». O poeta iniciou uma relação de amizade e cumplicidade intelectual com Mário Cesariny: ambos desenvolviam actividades do MUD Juvenil e demonstravam uma atitude muito renitente face ao Neo-Realismo, tanto no campo estético como no ideológico.
Contudo, esta fase, dura até 1951. Em Novembro desse ano, Alexandre O`Neill edita «Tempo de Fantasmas», o seu primeiro livro de poemas, em «Cadernos de Poesia» (fascículo nº11). Num «Pequeno aviso do autor ao leitor», que abre o volume à laia de prefácio, o poeta demarca-se do Surrealismo: «Da aventura surrealista – hoje reduzida, como merece, às alegres actividades de dois ou três incorrigíveis pequenos aventureiros – ficaram (no autor) os restos que lhe pareceram mais significativos (...) Dela também herdou certa tentação pela ambiguidade (fuga do real) e um formalismo que o leva, num ou noutro poema, a soluções de evidente mau gosto...».

Adaptação de uma Biografia Cronológica elaborada por Ana Maria Pereirinha. in «Alexandre O’Neill Poesias Completas 1951-1986», Lisboa, 3.ª edição, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1995.


Obras Principais:
Tempo de Fantasmas, 1951; No Reino da Dinamarca, 1958; Abandono Vigiado, 1960; Poemas com endereço, 1962; Feira Cabisbaixa, 1965; De Ombro na Ombreira, 1969; Uma Coisa em Forma de Assim, 1980; Poesias Completas; 1951/1981, 1995.


O gosto pelo jogo de palavras e pelo «brincar a sério» com a língua portuguesa é uma das marcas constantes da poesia de Alexandre O`Neill.
Aconselhamos a leitura do seguinte poema que «explica», à sua maneira, o uso do adjectivo:

http://www.ciberduvidas.com/antologia/oneill.html

Para ler mais poemas de Alexandre O`Neill poderá consultar:
http://fimdamente.org/a-f/alexandreoneill.htm

Para saber mais sobre o poeta:
http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/oneill/index.html

O auto-retrato:
http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/oneill/index.html

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E enquanto se entretém por aqui.... eu vou apanhar um pouco de ar.

Para quem está de férias- QUISER VER E GOSTAR:

AQUI VAI UMA SUGESTÃO:

CONCERTO DOS XUTOS E PONTAPÉS

DIA 26 DE JULHO

LOURES - PARQUE DA CIDADE

HORAS: 22.00 - ENTRADA LIVRE.


EU VOU !!


7 comentários:

Bichodeconta disse...

Lindo o poema, linda a voz de Kátia Guerreiro a cantá-la. uM ABRAÇO, DEIXO O DESEJO DE BOA SEMANA.

peace_love disse...

Epá, eu comecei a ler e pensei logo "eu conheço isto!" :)

P disse...

É o poder das palavras! Haverá maior? Talvez mas...
Abraço

Fay van Gelder disse...

Oi menina, desculpa mas pelo que me disseram não conseguiram comentar, no post anterior, o defeito não era só teu.
Deve ser porque esteve muito tempo sem uso, lol...

As férias foram óptimas e já estive a pôr a leitura em dia e já sei que as tuas foram também boas.
Com kilos a + e tudo, nem me fales, para que não te sintas sozinha eu também, tenho de me ir pesar e depois digo quantos, risosss...

Agora com essa de não ter férias para o ano ( cientificamente provado) é que me deixas-te mal... risosssss!!!

Foi + tempo porque estive a colocar os retroactivos das férias em dia, já há tanto tempo que não tinha umas férias capazes, este ano é que foi de vez.
Sem Pc's sem mobile, só muita praia, muito sol e outras coisinhas mais, um descanso.
Assim que tiver mais tempo logo conto como foi.

Adoro este poema e especialmente quando cantado é um Mimo.

Boa Semana para ti :)

Helena disse...

Gosto tanto deste poema, "Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca": adoro palavras, desde sempre tive um grande fascínio pelas palavras e a sua semântica.
E vou aproveitar a tua dica e se a família concordar vamos rever Xutos.
Beijinhos, já reencaminhei o e-mail para a Gi, só o vi ontem.

ximiusa disse...

a mim ha palavras que magoam e outras que ferem, hoje em dia poucos teem o dom d me dar palavras que me alegram,
PARABENS ÉS UM DELES!!
obrigada!

Anónimo disse...

Bonigta poesia e sem duvida uma optima sugestão para quem e desses lados :)
Jokitas angelicais