PARE , ESCUTE E OLHE

PARE , ESCUTE , OLHE

Para onde?

Para quê?Para ver estações a degradarem-se e os carris da linha férrea já desactivada a sumirem-se por entre ervas daninhas que teimam em os tapar?

Com grande pena minha mas esta recomendação deixou de fazer sentido nos dias que correm.

E isto porque, a maioria das linhas férreas do nosso país já foram ou vão ser desactivadas.

Com uma população maioritariamente composta por idosos e pessoas que não têm automóvel, o comboio era mesmo o único meio de transporte em muitas terras isoladas do interior do país.

Nem todas têm a sorte de possuírem uma rede de camionetas que satisfaça as reais necessidades das pessoas.

Mas com essas zonas e com essas pessoas, ninguém se importa.

A pouco e pouco as linhas regionais deixaram de existir.

Muitas zonas ficaram ainda mais isoladas do que já estavam.

Nem mesmo escaparam as linhas turísticas à beira rio do Tua e Douro , inseridas numa paisagem de sonho e que os turistas tanto apreciavam.

É uma vergonha que não tenhamos uma linha férrea em condições a ligar Lisboa ao Algarve.

Isto sim... é uma necessidade absoluta.Que para o Porto o Alfa tenha de andar a passo de caracol porque a via não tem condições para uma linha de média/alta velocidade.

E que dizer da linha do Oeste?

Milhares de pessoas que vêm diariamente trabalhar para Lisboa, utilizando os seus veículos automóveis , perdendo horas em filas,

pagando portagens e isto porque o nosso governo se está nas tintas para esta zona.

Mas… o mais imperioso e urgente era o TGV Poceirão-Madrid.

Isto sim….Era obra!

E assim vai "o combóio" neste país.

Estive na zona Transmontana durante uns dias.

Se eu falar no Pocinho, muitos não sabem a que me refiro… onde fica

e se é uma aldeia ou uma vila.

Mas se eu disser que fica a dois passos de Vila Nova de Foz Côa, todos se lembram logo das pinturas rupestres.

Pois o Pocinho, apesar de ter uma grande barragem ,está um pouco ao abandono.

E , apesar da sua estação da CP ainda estar perfeitamente utilizável, a mesma não funciona pois esta linha é uma das muitas que está desactivada.

Ainda se mantém por lá a tal sinalética: “PARE, ESCUTE E OLHE” conforme comprovo pela 1ª foto.

Nas encostas , repletas de vinhas da região demarcada do Douro, as paisagens encantam qualquer um.

Aqui vos deixo 2 fotos da zona da barragem do Pocinho e as da linha férrea da estação da mesma zona.

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E, para chamar a atenção para esta causa e denunciar situações como a que mostrei, o cineasta Jorge Pelicano fez um filme sobre este assunto, que foi distinguido, recentemente, em Itália.

E para quem ainda não sabe e quiser saber algo mais, aqui vos deixo a notícia e a foto a preto e branco, deste autor.

http://www.boasnoticias.pt/noticias_Document%C3%A1rio-Pare,-Escute,-Olhe-premiado-em-It%C3%A1lia-_6516.html

Segunda-feira, 09 de Maio de 2011

Documentário 'Pare, Escute, Olhe' premiado em Itália

O documentário português “Pare, Escute, Olhe”, de Jorge Pelicano, foi distinguido este sábado na 59ª Edição do Trento Film Festival, em Itália, com o Prémio "Cittá di Bolzano", para Melhor Filme de Exploração e Aventura.

Na opinião do júri, "este documentário mostra o que acontece ao povo quando o sistema político é mais influenciado pelos interesses privados do que os interesses de uma comunidade. É um grande exemplo de cinema interventivo que nos deixa a pensar".

“Pare, Escute, Olhe” foi escolhido de entre os 27 filmes de vários países que estavam a concurso. Este é já o 8.º prémio para o documentário depois do reconhecimento em Portugal no DocLisboa, CineEco e Caminhos do Cinema Português.

O filme sobre o encerramento da linha ferroviária do Tua, que incide sobre as consequências das decisões políticas numa altura em que o futuro passa pela construção de uma barragem.

Para o realizador, este prémio "comprova que o fecho da linha ferroviária e repetidas injustiças para com o povo transmontano também não deixaram indiferente o público italiano e júri internacional. Espicaçar, não deixar as pessoas indiferentes, era um dos objectivos deste documentário. Mesmo a uma grande distância de Portugal, as pessoas sentiram a revolta. A mensagem do filme foi compreendida".