Já deito chuva pelos olhos. Tanto chove como vem um sol lindo e um ar abafado.
O pior mesmo é aquele acessório que eu odeio: o chapéu de chuva, o qual que já faz parte do nosso dia a dia.
Bem sei que, de ano para ano, cada vez chove menos e essa abençoada água é indispensável ao planeta terra.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades ( quer dizer : os gostos)
Lembrei-me que em miúda os Invernos eram rigorosos. Chovia meses a fio, com frio de rachar e nevoeiro à mistura.
Ora aí está: nessa altura adorava aqueles pingos que me salpicavam a cara, molhavam o cabelo e ensopavam a roupa (e às vezes dava até origem a uma valente constipação).
E quando ia para a aldeia era uma delícia.
Não havia poça para onde não saltasse.
Beirado em que não a apanhasse na palma da mão (com direito a escorrer pelo braço até ao cotovelo).
Então lembrei-me de mais uma malandrice (bem…. chamemos-lhe antes uma grande brincadeira).
Voltei ao tema” histórias da minha infância”
Os intervenientes são, claro está: eu e os meus célebres primos.
Como era das mais velhas, eu tinha “montes” de belas ideias….
Os resultados não se faziam esperar….o pior era mesmo quando me “chegavam a roupa ao pêlo”.
Ora aí vai outra “asneira”:
Como chovia há imensos dias, a “primalhada “toda não saía de casa . A brincadeira teve de ser inventada.
Todos gostávamos de chafurdar na água.
Então …….foi assim:
A casa era de 2 pisos. O andar de cima, para as traseiras, era térreo e tinha um terraço enorme em cimento que dava para um quintal. Uma porta dava da sala para o terraço.
Como este era virado ao sol, havia um alpendre ao longo de toda a casa. No chão do terraço e encostado à parede da casa, (e para escoar a água das chuvas ) havia um rebordo mais baixo, que servia para encaminhar a água para um tubo que passava justamente por baixo da porta da sala e ía desaguar a um tanque grande que estava na adega do r/c (e que era utilizado para aproveitamento de água para lavar roupa- em 1955 não havia máquinas de lavar-)o chão, e w.c.
Eu fazia os barquitos de papel. O meu primito mais novo deitava-se no chão em cima de um tapete, tendo aberta a porta que dava para o tal terraço.
Ele enfiava os barcos no buraco. Eu, como era grande( !) (?) ficava empoleirada numa cadeira, de guarda ao tanque , para ver quando eles lá caíam.
Mas um dia a brincadeira correu mal. Chovia a cântaros . Os barcos eram muitos e além dos barcos ele naquele dia resolveu enfiar lá umas pinhas .
O buraco entupiu ….
E o tipo pôs-se a gritar:
“PIMA ÁUÁ Ô PÊTE…….AI…..AI….”
“AI….AI….PIMA….”
O que quer dizer: “Prima há água no tapete…..AI….AI….PRIMA…..AI….AI….
Perante tal gritaria veio a minha avó.
O maroto continuava deitado de barriga para baixo, de mangas arregaçadas, todo encharcado da cintura para cima. A água estava a começar a entrar em casa!
Foi o último dia que os barcos navegaram por aquele canal.
O pior mesmo foi para ele explicar o que tinha mandado lá para o tubo….Quanto ao desentupimento….. é melhor nem falar!
Mas eramos felizes!
Improvisávamos.
Sabíamos brincar!
Hoje as crianças têm tudo. Não ligam a nada. Estragam os brinquedos todos logo no primeiro dia.
Desejo-vos um fim de semana pleno de sol
14 comentários:
Assim é que era brincar...mesmo que no fim apanhasse uns açoites hehe
é verdade hoje em dia em nada é como antes
eu ja me custa oferecer brinquedos a crianças sei que meia hora depois esta pronto a ir para o lixo
eu entao tenho uma caixa cheia de bonecas e brinquedos tudo em bom estado
para tedar um exemplo comprei uma bateria carissima a um miudo de quem gosto muito, dei lhe a bateria ás 9 da noite o pai so saia ás 10 quando chegou a casa a bateria estava toda escavacada e pensas que a mãe a ver disse alguma coisa???não pois claro que não
logo não foram as acrianças que mudaram foram os pais e a educação que lhes é dada
beijinhos
Temos de ensinar as crianças a brincar...
beijocas
Ca estamos de novo
Depois de terminada a queima das fitas, e aquelas noites bem passadas, e bem regadas, estamos de regresso ao mundo activo do blogger.
Deparei que continuas aqui com o teu "sitio" bem movimentado como ja nos habituas-te.
Em breve voltarei com mais vagar para saber o que aqui se tem passado.
Um abraço.
:)
vais ver que em junho vamos ter um sol kentinho :)
olha pelo que sei és tb apreciadora do tuareg (nem sei se é assim que se escreve ups) eu ja experimentei tb e fui este fim de semana a um com o mesmo tipo de comida na ribeira... no Porto! adorei... pelo ambiente e pela comida tb mt boa :) tens de experimentar um dia!
bjs
diz-me só se apaguei o meu comentário:P:P:P é que senão tenho de escrever tudo de novo...
iiiiiiiiiiiiiiiiiii apaguei!!!
Estava eu a dizer que só tenho 3 primos direitos, somos 5 mas um é meu irmão, e quando estavamos todos juntos era do pior......tipo vocês...umas ricas prendas!!!!!
Pois eu e umas das minhas primas passavamos mais tempo de castigo que eu sei lá...mas também os outros eram "tão mais quietinhos" que era fácil saber quem fazia os disparates....mas eram bons tempos, e quando nos juntamos e nos
recordamos é uma risota pegada!!!!
Bjs
Ana
eu queria tanto levar o meu filho ao parque e assim n dá. esta chuva está demais.
Brincadeiras de infancia? eu só tenho 26 anos, mas lembro-me que adorava correr descalça na rua!
bjs
P.S. sem querer abusar, tem alguma receita de bolo de ananás molhadinho? vacho que ando com desejos..
qual é o seu email?
Barcos de papel...
que os não teve...
Um abraço
Desculpa! Rafeiro urso!
Beijoca e um grande "wbausiwm" para ti!
Resposta a Rafeiro perfumado(o meu bichinho de estimação):
Por quem sois....
Não fiquei preocupada, senão tinha-te falado logo nisso.
Ok
beijinhos
boa semana
Ai amiga, mais uma história deliciosa... é verdade, as crianças hoje em dia não dão valor a nada e só sabem pedir mais e mais... mas nós, os pais, é que temos a culpa...
Há uns dias tentei fazer um barquito de papel para o meu filhote e já não fui capaz...
Bjos :o)
B.
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