quinta-feira, agosto 23, 2007

EU E O REBANHO


Na sequência de uma postagem feita pela JRL ,(8ª edição) veio-me à ideia uma cena passada nos meus tempos de criança.

Muitas de vós já sabem que as “histórias da minha infância” contém relatos, mais ou menos engraçados de situações vividas nesse tempo.

E, aqui em Lisboa, pouco ou nada acontecia, pois a maior parte do tempo estava fechada em casa. Lá era diferente…. Totalmente à solta ….

Ora…., assim que me apanhava ,liberta, na aldeia, era asneira atrás de asneira.

Quem tem raízes aldeãs sabe como eram as casas de antigamente: Só 1 piso mas a um nível um pouco mais elevado que o normal R/C das casas dos tempos modernos, onde se acedia por rampa ou uns míseros 2 a 3 degraus.

E, por baixo de toda a casa, havia os chamados “currais” do gado.

(E sabem porquê?

Os Invernos eram rigorosos, demasiado frios. As casas tinham o chão em madeira. Assim, tendo os animais no andar de baixo, a respiração deles, acabava por aquecer um pouco o andar de habitação)

A casa da minha avó não fugia à regra.

À frente, e dando para o pátio ,enorme, havia uma ampla varanda corrida.

Naquela época, por lá, todas as pessoas tinham um rebanho de ovelhas, cabras, cabritos e os “malditos 2 bodes, a que chamavam: chibos”.

Malditos? …porquê? …perguntarão vocês.

Porque tinham uns grandes cornos todos retorcidos, que marravam em tudo quanto era coisa ou pessoa.

E , na hora de ir buscar todos os animais à pastagem lá da quinta, eu não podia faltar.

Lá ia a saltitar e feliz da vida.

A minha avó , sempre que havia cordeiritos, prendia uma coleira a um deles e a esta um cordel .O pobre animal lá vinha pela minha mão, como se de um cão se tratasse.

Se fossem mesmo quase recém nascidos, tinham honras e até ao meu colo vinham.

Quem viu os rebanhos a regressar ao curral sabe que, atrás do pastor, vai tudo em fila indiana.

Os chibos, esses tinham de vir mesmo amarrados, senão, das duas uma: ou vinham à solta e eu não podia vir, ou, para eu ir eles só amarrados.

Os bichos odiavam ser amarrados. Puxavam para trás, davam ao pescoço, fincavam as patas no chão e faziam o jeito de levantar os chifres.

E eu tinha-lhes um medo!.......

Um dia,……. um deles ainda me apanhou de raspão, (com direito a ir ao hospital levar 3 pontos ).

Aleijou-me e eu não lhe perdoei.

Não gostei e prometi vingar-me.

Sabem como?

Passando a fazer, todos os dias, uma coisa que já vinha fazendo, de vez em quando:

Imaginem a situação:

Há hora de eles serem recolhidos, estendia-me no chão da varanda, mesmo por cima da porta por onde eles haviam de entrar.

Vassoura na mão…. E quando suas excelências vinham para entrar:……. zás… uma vassourada nos cornos!

(mas atenção, eu só batia nos chibos, pois eram só eles que me faziam mal!)

BOM FIM DE SEMANA

16 comentários:

Bichodeconta disse...

Parabéns pela maneira bonita com que nos contas todos esses acontecimentos de infancia.. Eu que tenho o privilégio de ter nascido no Alentejo , se um dia me passa pela cabeça contar as minhas peripécias, .. Ai que é melhor não.. Um abraço, Ell

Bolota disse...

Hihihihi, eras fresca!!!
Mais uma história deliciosa! Obrigada, querida Turbolenta!
Pois parece que somos mesmo as únicas... está tudo de férias, que bom!
O meu engessado, está melhor, comecei ontem a fisioterapia, mas aquilo dói p'ra chu-chu!
Vou a N.Y. mas infelizmente não sou afortunada, tenho a sorte de trabalhar no turismo e vou quase à borla! Nos hotéis, também tenho um bom desconto e assim tudo fica mais fácil, verdade???
Para compras, não é caro, pelo contrário, há sempre montes de promoções, em qualquer altura do ano! Quando puderes, não deixes de ir. É obrigatório, a sério!

Bjos :o)

Claudiacva disse...

Ola linda, estou a ver que andas-te a fazer umas belas ferias pelo nosso portugal, tambem ja dei essas voltas em outros anos. Esta semana andei pela serra da estrela, Gois, Coimbra ... Tambem tudo muito lindo.
BEijinhos

Cöllybry disse...

Ha a infancia...quem tem essa lembrança é e boa é viver em cada dia...gostei muito de te ler...

Meu doce beijo e meu rastooooooooo

Lídia Lopes disse...

Que belas memórias e muito bem contadas. Gostei muito de as ler!
Bom fim-de-semana

Flávia disse...

Nossa!!!Fiquei apaixonada por esse pedacinho da sua infância, ainda estou lendo sobre suas férias e vendo as fotos aos poucos estou ficando louca pra conhecer sua Terrinha, rs
Um dia eu consigo .
Beijos

Anónimo disse...

isso é que saiste uma bela peça hihi gostei de voltar a reler-te jinhogordo

Helena disse...

Vim só de fugida deixar-te um beijinho, depois volto para ler, com mais tempo: beijinhos.

Osc@r Luiz disse...

Você chegou e não me visitou até agora...
:(

Gio disse...

Ahahahahah, gosto sempre de ler as tuas historias de infancia... e no teu lugar eu faria exactamente o mesmo.

Anónimo disse...

Olá. Como estas? As tuas historias são muito intressantes!!! Cada uma mais divertida que a outra, mas de certeza que na altura não teve graça nenhuma! *

Vladimir disse...

nasci numa casa assim...ainda hoje recordo os bons momentos que aí vivi...

Fay van Gelder disse...

Turbolenta:

Eu gosto de caminhar a passo Acelerado, acalma-me.

Mas ás vezes dá cá uma preguiça, mas temos de insistir.

Cotas,como referes podem ir menos aceleradas não tem mal nenhum, o que é preciso é mexer o esqueleto e não estar sempre a andar de carro, (risosss..)

Boa Semana

ximiusa disse...

bemfeita pa esses parvalhoes.
realmente há spe um raio d um bicho d nao vai d modos e mostra k nao noscurte!!
ora toma k é paprenderes a ter maneiras k com madame turbo d'lente nao s brinca!!
ahaha o raio da miuda era levada da breca!

maria-joão disse...

Aqui na minha zona nunca houve dessas casitas, e de facto sempre me tenho perguntado que beneficio poderia ter viver em cima dos animais, mas afinal há motivos bem mais fortes que poupar espaço.

peace_love disse...

ai os malandros!